A VERDADE POR TRÁS DO ÓLEO MINERAL EM COSMÉTICOS

Resolvi pesquisar e abordar aqui o tema “Óleo Mineral“ matéria prima amplamente utilizada e que tem provocado tanta polêmica. Existem várias dúvidas sobre sua utilização em cosméticos: Será que o Óleo Mineral é comedogênico? E se for, ainda é muito utilizado na produção de cosméticos? Existe a possibilidade do Óleo Mineral provocar câncer ou ser fonte de toxinas para a pele? Afinal, os óleos vegetais não são mais “naturais” ou orgânicos e portanto melhores do que Óleo Mineral? Estas são algumas das dúvidas que rondam esta matéria prima, utilizada há mais de 100 anos em cosméticos, então vamos ver o que e real. Dica: Use as referências Bibliográficas ao final do texto, para aumentar seu poder de decisão com base científica e não especulativa.

ÓLEO MINERAL E ORGÂNICO ?

Fato e que o Óleo Mineral é sim derivado do petróleo também conhecido por óleo de parafina, petrolato líquido e óleo mineral branco. Uma das afirmações que se faz contra seu uso é que não seria orgânico como os óleos vegetais. Esta informação é um engano, pois o Óleo Mineral é composto por hidrocarbonetos. Os hidrocarbonetos são moléculas orgânicas (ou seja contém Carbono), e não podemos esquecer de o petróleo tem sua origem em plantas e animais de eras pré-históricas que foram pressionados no interior das camadas de rochas. Portanto, o Óleo Mineral, por essa linha de pensamento  também é orgânico, mas com uma composição diferente dos óleos vegetais. 

  Relembrando: 

  • ·         ORGÂNICO  são substancias que possuem  carbono e Hidrogênio em maior quantidade, formando CADEIAS denominadas CARBÔNICAS.
  • ·         INORGÂNICO não possuem necessariamente Carbono e Hidrogênio podendo ser composta de outros elementos químico, se referem a substâncias como metais, ácidos, bases e sais, etc.

        NÃO CONFUNDA:
 (a) Conceito da Química sobre “COMPOSTO ORGÂNICO” 
 (b) Conceito Mercadológico para “ PRODUTO ORGÂNICO ” , que é um termo mundialmente utilizado pelo mercado alimentício e Cosmético  para indicar produtos que sugerem ser isentos de química ou totalmente naturais. 

PENSE COMIGO: Se compreendermos que tudo ao nosso redor é química, basta olhar a composição da agua que é H2O.  O que podemos afirmar como totalmente natural isento de química?  

 Para a utilização em cosméticos o Óleo Mineral tem sua pureza assegurada, precisa ser altamente refinado e pode ser obtido em grandes quantidades a um baixo custo, além de ser incolor, não tóxico, ter longo prazo de validade e não sofrer oxidação, como ocorre nos óleos vegetais. A verdade é que existe também uma diferença de ação entre estas duas matérias primas.
ÓLEO MINERAL X ÓLEOS VEGETAIS

 O Óleo Mineral não penetra nas camadas da pele, atua apenas na superfície, exercendo função oclusiva, ou seja, de forma positiva podemos dizer que possui ótima capacidade de reduzir a  perda de água pela pele, então contribui com a manutenção da hidratação. O Óleo Mineral também possui alto poder de emoliência, deixando a pele mais macia. É de fácil incorporação a formula e não interfere nas características organolépticas desejada.
 Já os óleos vegetais, com uma composição mais complexa, oferecem menor efeito oclusivo e sua composição e rica em sub extratos, que são doadores de outros ativos, como ex. vitaminas, proteínas, enzimas de ação antioxidantes, anti-inflamatórios, cicatrizantes, que irão variar conforme a espécie vegetal de onde foi extraído. E de difícil manipulação da formula para não dar toque pegajoso, estabilizar e principalmente não transparecer seu odor de óleo característico,  ou  mesmo rancificar.


Importante saber que cosméticos com alta concentração de Óleos seja Mineral ou Vegetal não são indicados para quem tem facilidade em transpirar, para quem pratica esportes, quem trabalha em locais quentes ou tem a pele muito oleosa. 
E AGORA?  O EFEITO OCLUSIVO SIGNIFICA SER COMEDOGÊNICO? ENTÃO O ÓLEO MINERAL SERIA COMEDOGÊNICO?
 Então, lá vamos nós, Em 1970 surgiu um conceito de acne cosmética, pesquisadores acreditavam que várias matérias primas presentes em cosméticos, incluindo o óleo mineral, eram causadores de um surto de acne pelo uso destes produtos. Na época foram realizados alguns testes em animais, e como conclusão o Óleo Mineral foi inserido na lista de matérias primas comedogênicas. A ciência não para e como benefício a dúvida, novas estudos foram realizados e apenas em 2005 as pesquisas científicas conseguiram esclarecer de que NÃO, o Óleo Mineral não é comedogênico. Infelizmente, esta fama ainda o persegue e levará muito tempo para ser revertida após décadas de bombardeio de campanhas de marketing.

ÓLEO MINERAL PROVOCA CÂNCER?  O QUE DIZ A ANVISA SOBRE ISSO?   

A suspeita de que o Óleo Mineral poderia provocar câncer por trazer compostos tóxicos em sua composição também não procede. É verdade que se não for refinado e purificado, conterá impurezas tóxicas. NOTE BEM! ESSE TIPO DE ÓLEO É DESTINADO PARA OUTRAS FINALIDADES E PROIBIDO PARA USO NAS INDÚSTRIAS COSMÉTICAS!  NÃO CONFUNDA! O que trás uma luz da  verdade sob a  grande polêmica  da presença de 1,4 dioxano, que é uma substância cancerígena, no Óleo Mineral.  

 A ANVISA, quando consultada sobre essa possibilidade  respondeu: 

 
Parecer Final:  Prezada xxxx
Avaliando as informações disponíveis no link, constatamos que se trata de divulgação de marketing não idônea e equivocada. O componente supostamente presente no Óleo Mineral, o 1,4-dioxano, o qual é atribuída a função cancerígena, é proibido para uso em produtos cosméticos, de acordo com o disposto na RDC 48/06. Também o IARC - International Agency on Câncer não apresenta dados que relacionem comprovadamente o uso de óleo mineral ao câncer.

A ANVISA, tendo como missão a proteção da saúde da população, jamais permitiria que uma substância considerada cancerígena fosse empregada em produtos sujeitos à regulação sanitária, como é o caso dos cosméticos, produtos de higiene e perfume.
Atenciosamente, GERÊNCIA-GERAL DE COSMÉTICOS

  

  E continua...     
Em atenção a sua solicitação, informamos que o óleo mineral (outros nomes: paraffinum liquidum, mineral oil)  é de uso permitido em cosméticos e, portanto, não consta em Lista de substância proibida em cosméticos. Há referências de uso dessa substância em cosméticos. Não há dados científicos suficientes que relacionem a incidência de câncer com o uso de óleo mineral em cosméticos, que até o momento é considerada de uso seguro.


Atenciosamente,  Anvisa Atende - Central de Atendimento- Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 0800 642 9782
  

Só posso dizer que o Óleo Mineral é considerado uma substância segura e se oferecesse risco á saúde da população teria seu uso proibido. É claro que o óleo não purificado não é permitido para uso em indústria cosmética. Neste ponto entra a responsabilidade das indústrias em utilizar Óleo Mineral próprio para uso cosmético e a nossa escolha de produtos com qualidade assegurada.


 Por isso que o óleo Mineral não purificado é proibido para uso em indústria cosmética, o que assegura o uso desta substância com segurança, pois fornecedores  enviam os testes de pureza e documentos que comprovem a qualidade.
 No Brasil as Indústrias cosméticas são adeptas das Boas Praticas de Fabricação o que garante que utilizem somente matéria prima de origem correta e idônea. Neste ponto entra a responsabilidade das indústrias e a nossa escolha de produtos com qualidade assegurada.
É claro que também existem desvantagens. Fato é que o Óleo Mineral, não é “cosmeticamente elegante”. Quanto mais fina é a consistência do óleo adicionado ao produto, mais agradável ele será ao toque. Mas, os óleos minerais mais finos têm menor capacidade de manter a hidratação da pele.Questão de Competência, criar fórmulas, bases modernas e complexas que permitam melhor espalhabilidade e hidratação cutânea.


CONCLUSÃO

Portanto, usar o apelo de Mineral Oil Free, deve ser realmente para informar a tecnologia usada para o cliente. Já usar tal apelo para cegar os olhos do usuário, trata-se de uma questão ética e deve ser  repensada!  Afinal os estudos mostram que  antes o que parecia ser uma grande necessidade para proteger o consumidor comprovou-se, com o passar dos anos e a realização de várias pesquisas científicas, ser apenas uma indicação de composição ou apelo de marketing.
Nos dias de hoje a ciência demonstra que está TUDO BEM EM USAR COSMÉTICOS CONTENDO ÓLEO MINERAL. Portanto, se você tem dúvidas sobre os conceitos expostos nas mídias, isto é ótimo. Duvidar é saudável, desde que a dúvida seja acompanhada pela busca de informação. Saber mais nos traz confiança para realizar escolhas sempre melhores!


DINARDO, J. C. Is mineral oil comedogenic? Journal of Cosmetic Dermatology, n. 4, v.1,p. 2–3 , 2005.

RAWLINGS, A.V. and LOMBARD, K, J. A review on the extensive skin benefits of mineral oil. International Journal of Cosmetic Science, n.34, p. 511–518, 2012

Ms BEUTYPHILE. Mineral oil: smooth criminal? Disponível em: <http://www.msbeautyphile.com/mineral-oil-smooth-criminal/>. Obtido em: 26/05/2014 14:30h.

ULTEE, J.Mineral oil in your cosmetics. What you really need to know.  Disponível em: <http://jetskeultee.com/mineral-oil-in-your-cosmetics-what-you-really-need-to-know/obj7780493>. Obtido em: 26/05/2014 15:40h

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Autor Unknown

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