A VERDADE POR TRÁS DO USO DE PARABENOS EM COSMÉTICOS
E lá vamos nós de novo colocar a mão em colmeia de abelha e ver se sobra alguma ferroada!
Muito bem, já sabemos que os parabenos são preservantes adicionados aos cosméticos para prevenir a contaminação por microrganismos. Os cosméticos estão sujeitos a contaminação microbiana e já imaginou investir uns bons reais em seus cosméticos favoritos e descobrir logo depois que estão contaminados? Além de comprometer a estabilidade do cosmético pode torna-lo inseguro ao uso. Isso é quando você descobre que está contaminado, e se a contaminação não puder ser detectada e for feito o uso?
A indústria cosmética precisa garantir a qualidade do produto que comercializa. E não só para atender a legislação vigente, mas também para se manter no mercado, que busca produtos eficientes, de qualidade e seguros. Mas mesmo que a indústria forneça os cosméticos com a qualidade microbiológica adequada, o que fazer para que o contato das mãos com os produtos não prejudique esta qualidade, pois estamos “adicionando” microrganismos aos produtos a cada toque? Conforme Dr. Donald Orth, um especialista com mais de 40 anos de experiência em microbiologia, este é o motivo pelo qual os preservativos foram adotados como necessidade em cosméticos a partir de 1950 e os Parabenos desde então são os mais utilizados pelas indústrias para esta finalidade.
Até aí tudo bem, mas então qual é a polêmica quanto ao uso dos Parabenos? Desde que estes conservantes foram incorporados aos cosméticos (e aos alimentos também), muito se tem estudado sobre os efeitos dos Parabenos nas células, nos órgãos e esta discussão culminou em 2004 com a publicação de um estudo no Journal of Applied Toxicology. Esta publicação descreve que foi detectado resíduos de parabenos em 20 tumores extraídos de câncer de mama, todos de mulheres que faziam uso de desodorantes antitranspirantes que continham parabenos, analisados pela equipe da Dra. Philippa Darbre na Universidade de Reading, Inglaterra. No artigo a Dra. Darbre descreve a ação estrogênica destes preservantes nas células humanas e alerta sobre o acúmulo de Parabenos provenientes de alimentos e cosméticos em tecidos do organismo humano. Sua conclusão foi a de que os Parabenos podem estimular o desenvolvimento de câncer de mama. Naquele momento, isto foi difundido como verdade. Então, pense comigo, porque ainda hoje usamos PARABENOS para preservar a maioria dos cométicos? Simples, porque a tecnologia não pára, então vamos as comprovações científicas e quem atesta isso.
Alertas desta magnitude são fundamentais para que a sociedade pense sobre os caminhos que toma. Todos estes estudos (muitas referências estão citadas no artigo de 2004) acionaram uma movimentação no mercado cosmético, que buscava uma resposta. Afinal, não estamos falado de ficção ou achismos e sim de algo que afeta pessoas! E quem deu e dá esta resposta até hoje? Se é uma matéria-prima que pode causar doenças, porque seria utilizado até hoje?
Os Parabenos são seguros para serem utilizados em cosméticos. Quem afirma é o órgão mais respeitado do planeta
A COSMETIC INGREDIENT REVIEW, responsável por dar suporte ao FDA para pesquisas sobre a segurança de ingredientes e a EUROPEAN SCIENTIFIC COMMITTEE ON CONSUMER SAFETY – SCCS, Comissão da União Européia com a mesma função.
As duas Comissões mantiveram a conclusão de que o uso dos conservantes Parabenos (Methylparaben, Ethylparaben, Propylparaben e Butylparaben) na concentração máxima de 0,8% É SEGURO para a saúde humana, após extensa avaliação de estudos científicos. Esta aprovação é seguida pela ANVISA, no Brasil, e ao ser questionada se “O uso de parabenos é permitido?” a ANVISA responde nas FAQs:
Os Parabenos são substâncias empregadas em formulações cosméticas com a finalidade de conservação de produtos, preservando-os de contaminação a microorganismos. Esta conservação se faz necessária como garantia de segurança de uso destes produtos, protegendo o consumidor de contaminações. Antes de permitir que substâncias sejam empregadas em cosméticos como conservantes, foram realizados estudos de segurança, e estabeleceram-se concentrações de limite de uso, dispostas na RDC nº 162/01 (http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=265 ). Em tais estudos foram considerados, por exemplo, a toxicidade de cada substância, o grau de absorção considerando sua fórmula química, e o uso concomitante de produtos cosméticos. Portanto, não há previsão de que o uso dos parabenos dispostos na RDC 162/01 seja considerado ilegal em cosméticos, a menos que sejam apresentados estudos realmente idôneos e com comprovação cientifica que comprovem que estas substâncias não são seguras para uso, contrariando os estudos realizados anteriormente.
Portanto, se os parabenos oferecessem risco, seria aprovado pela Legislação Brasileira e pelas Comissões Científicas Européias e Americanas? Será que os Americanos e os Europeus iriam expor suas populações e a do mundo ao risco de desenvolvimento de doenças, caso a ciência comprovasse este fato? Penso que não.
Mas os estudos continuam a serem feitos, como deve ser. A saúde e a vida humana são preciosas demais para não serem o foco principal de nossos esforços. Para nós, só o melhor!
Referencia Bibliográficas
BRASIL. ANVISA. O uso de parabenos é permitido? Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/index.asp?Secao=Usuario&usersecoes=34&userassunto=206>. Obtido em: 23/07/2014 14:15h
BRASIL ANVISA. RDC 29 de 1º de junho de 2012. Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre “Lista de Substâncias de Ação Conservante permitidas para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes” e dá outras providências. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/2569e7004c58f11fb8e7f8dc39d59d3e/Resolu%C3%A7%C3%A3o+RDC+N%C2%BA+29,+de+1%C2%BA+de+junho+de++2012.pdf?MOD=AJPERES> . Obtido em: 23/07/2014 14:20h
CIR – Final amended report on the safety assessment of methylparaben, ethylparaben, propylparaben, isopropylparaben, butylparaben, isobutylparaben and benzylparaben as used in cosmetic products. Disponível em: <http://www.cir-safety.org/sites/default/files/PR427.pdf>. Obtido em: 23/07/2014 15:00h
DARBRE, P.D. et al. Concentrations of Parabens in Human Breast Tumours. Journal of Applied Toxicology, v. 24, p.5–13, 2004.
DARBRE, P.D. Disponível em: < http://www.reading.ac.uk/biologicalsciences/ieo/biosci-casestudies.aspx>. Obtido em: 23/07/2014 13:52h.
ORTH, D. Principles of preservation. In Guide to Microbiological Control in Pharmaceuticals and Medical Devices. 2007. Disponível em: <http://www3.pha.nu.ac.th/e-library/incoming%20from%20internet/Guide%20to%20Microbiological%20Control%20in%20Pharmaceuticals%20and%20Medical%20Devices,%20Second%20Edition/TF2048ch13.pdf>
SCCS. Opinion on parabéns. Disponível em: <http://ec.europa.eu/health/scientific_committees/consumer_safety/docs/sccs_o_132.pdf> . Obtido em: 23/07/2014 14:50h
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